
Desenvolvimento Interpessoal: a força da vulnerabilidade na humanização das empresas
A colaboração é um dos pilares que sustenta a gestão de pessoas dentro das empresas. Mas nem todas as lideranças compreendem ainda que a colaboração não depende apenas de uma forma de organização e práticas ferramentais, mas também de uma postura humanizada e integrativa em relação àqueles que são instigados a colaborar entre si.
Para gerar um ambiente de colaboração efetiva dentro do ambiente corporativo, é preciso construir relacionamentos mais humanizados.
A comunicação pode ser a sua chave de mudança, mas ela só terá o efeito necessário aqui se for fundamentada na verdade, transparência e VULNERABILIDADE.
Estamos familiarizados com a ideia de que ser vulnerável é um sinônimo de fraqueza, mas esse é um dos elementos humanos que mais fortalecem a nossa comunicação, e contribuem para a conexão e respeito que são essenciais para as dinâmicas de colaboração – nas empresas e na vida.
A vulnerabilidade promove autenticidade, o que promove uma comunicação aberta e baseada no aspecto mais importante das relações: a humanidade.
É comum que as pessoas atribuam à humanidade um caráter negativo, especialmente dentro do ambiente de trabalho. Temos por lei que “ser humano” é sempre o que dificulta nossas relações, como se nossa natureza fosse uma barreira para o estabelecimento de conexões que geram resultados efetivos. Mas a verdade é justamente o oposto disso.
Ser humanos é a nossa maior força, principalmente quando o assunto é comunicação, relacionamento e desenvolvimento de ambientes mais colaborativos dentro das empresas.
Quanto mais humanos somos, mais provável é que as pessoas se conectem com as mensagens que compartilhamos. A confiança provém de um lugar de identificação, quando nos damos conta de que o outro não tem a intenção de nos minimizar, mas sim de construir em conjunto a partir de uma verdade em comum.
Se pensarmos bem, a nossa humanidade é exatamente aquilo que todos temos em comum dentro de uma empresa. E é dessa afinidade que surgem as melhores cocriações, transformações e resultados.
Enquanto muitos ainda não despertaram para esse princípio, alguns gestores ao redor do país e do mundo já entenderam o impacto da humanização. São eles, os líderes, que compartilham suas fraquezas e desafios de forma honesta com os colaboradores, em busca de iniciativas proativas de colaboração através da empatia.
Ao perceberem que aquela pessoa no topo da hierarquia da empresa é como você – e por isso, comete erros, tem altos e baixos na vida – e está disposta a se abrir para uma relação sustentada pela verdade e humanidade, os colaboradores se tornam mais propensos a oferecer sua contribuição até mesmo em cenários nos quais não há obrigação de colaborarem com os resultados da empresa.
Eu mesma já conheci líderes que, diante de uma entrega atrasada, tiveram a ajuda e cooperação de seus colaboradores, que se uniram em uma força tarefa para agilizar os resultados da entrega de forma que a empresa não saísse prejudicada.
A verdade é que, quando percebemos o outro como humanos assim como nós, nos sentimos parte de algo maior, como uma peça da engrenagem que precisa atuar em conjunto para que as coisas aconteçam. E essa analogia, por mais mecânica que soe, é uma forma de compreendermos como funciona a colaboração nas empresas que utilizam a humanização como princípio efetivo do desenvolvimento e comunicação interpessoal.